Polícia que apreendeu uma tonelada de drogas em cinco meses ganha o pior salário do País

• 28/01/2025
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Em apenas cinco meses, a Polícia Civil da Paraíba apreendeu uma quantidade impressionante de uma tonelada de drogas, em operações que são o reflexo da dedicação e coragem dos agentes de segurança pública. O dado, divulgado pela própria gestão da Polícia Civil, destaca a eficácia do trabalho realizado pela instituição, mesmo diante de adversidades financeiras e estruturais.

No entanto, por trás desses números expressivos e de ações que geram resultados diretos para a segurança da população, há um dado alarmante: os policiais civis paraibanos recebem o pior salário do Brasil.

Vida em risco, pouco reconhecimento

Ser policial civil na Paraíba significa estar na linha de frente de investigações contra o tráfico de drogas, o crime organizado e outras modalidades de violência que aterrorizam a sociedade. Essas ações, além de resguardar vidas, promovem uma imagem positiva para o Governo do Estado, que usa tais resultados como propaganda de eficiência na gestão pública.

Contudo, essa mesma gestão não traduz o reconhecimento em valorização financeira. Em um cenário onde policiais arriscam a própria vida para defender a sociedade, o descaso salarial chega como um golpe moral e desmotivador.

O que os números não mostram

Enquanto a tonelada de drogas retirada das ruas representa uma vitória contra o crime, ela também escancara uma realidade que números não contam. Trabalhando sob pressão, com recursos limitados e enfrentando organizações criminosas, os policiais lidam com condições insalubres e estresse psicológico, em troca de um salário incompatível com a responsabilidade e o risco da profissão, vendendo suas folgas em troca de plantões extraordinários para complementar a renda.

Atualmente, o salário base de um agente da Polícia Civil da Paraíba está muito abaixo da média nacional. Estados vizinhos, com economias semelhantes, remuneram seus policiais com valores significativamente maiores, enquanto a Paraíba mantém a categoria no limite da sobrevivência financeira.

"Se não valorizar, a polícia vai parar"

O descontentamento da classe policial é crescente e, caso medidas urgentes não sejam adotadas, o cenário pode piorar. A frase "Se não valorizar, a polícia vai parar", amplamente utilizada por sindicatos e associações de policiais, ganha força. A paralisação da categoria, embora extrema, é uma possibilidade que não pode ser ignorada.

A desvalorização da força policial não prejudica apenas os profissionais diretamente envolvidos, mas impacta toda a sociedade. Sem o trabalho dedicado e arriscado desses agentes, o combate ao crime pode sofrer retrocessos, abrindo espaço para o aumento da criminalidade e comprometendo a sensação de segurança.